HISTÓRICO
DO LARI
Introdução
A
preocupação em preservação e manutenção
da natureza como forma de sustentabilidade da biosfera é
o grande foco da era atual. Inserido nesta preocupação,
encontramos uma área que vem agredindo a natureza que é
a POLUIÇÂO SONORA.
Há
alguns anos, esta preocupação vem sendo manifestada
como podemos constatar nos encontros e documentos abaixo mencionados.
-
Segunda conferência preparatória, realizada em
Nova York nos dias 02 a 03/04/1992, (secção I,
cap. 5, Agenda 21, documento Alconf. l5l/PC/lOO/Add.5): Até
o ano 2000, todos os países devem incorporar considerações
sobre: "Saúde Ambiental" incluindo avaliação
do impacto de poluição, no seu plano de desenvolvimento.
A Poluição Sonora entre outras é um dos
principais fatores que afeta a saúde e o comportamento
humano. Tecnologia e conhecimento são necessários
para monitoramento, avaliação e controle de ruído.
Soluções a curto e longo prazo devem ser viáveis
e econômicas para a proteção dos trabalhadores
no ambiente de trabalho.
-
Convenção (l48 - I): Organização
Internacional do Trabalho (Genebra 2010611977) (lnternational
Labour Organization ILO). Os trabalhadores devem ter a proteção
no ambiente de trabalho contra Ruído e Vibrações.
-
Organização Mundial da Saúde WHO: 12-Critério
de Ruído (fev. 1977). O ruído pode perturbar o
homem no trabalho, na comunicação, nas horas de
lazer e descanso e pode também destruir o sistema auditivo
e provocar reações psicológicas, fisiológicas
e até patológicas.
-
Carta da Terra Mundial: O homem é o centro envolvido
pelo ambiente e desenvolvimento. O homem deve ter saúde
e bem estar no ambiente onde vive.
-
Resolução CONNAMA 001 e 002;/IBAMA - Brasil -
Programa de silêncio, Diário Oficial da União
de 07108190, seção 1. Conforto acústico
em comunidades baseado nas normas NBR 10151 e 10152 (similares
à ISO Rl966).
Com
base nestes cinco documentos citados em nível internacional
e nacional, podemos observar que é inevitável considerar
a POLUIÇÃO SONORA como um inimigo invisível
ao homem devido aos seguintes efeitos:
- Destruição do sistema auditivo, com surdez permanente
e irreversível;
- Interferência na comunicação verbal e problemas
com segurança;
- Distúrbios no sono e descanso;
- Distúrbios psicológicos.
Algumas
estatísticas (amostras limitadas) mostram que cerca de 40%
dos trabalhadores brasileiros na indústria tem perda permanente
(irreversível) de audição, apesar do uso dos
protetores, e mais de 40% estão adquirindo perda temporária
que se torna, após alguns anos, permanente. O número
de processos na justiça e os pedidos de aposentadoria, causados
por ruído na comunidade dos trabalhadores industriais e rurais,
é ALARMANTE.
A solução deste problema dos trabalhadores industriais
e rurais é a disponibilidade no mercado de protetores eficientes
e confortáveis, projetados cientificamente e ensaiados com
normas internacionais.
História do LARI
O
Laboratório de Ruído Industrial (LARI) do Departamento
de Engenharia Mecânica (EMC) da Universidade Federal de Santa
Catarina foi criado Prof. Samir Nagi Yousri Gerges. Até o
momento o LARI é o único laboratório no Brasil
para pesquisa, desenvolvimento e ensaios. O LARI é credenciado
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para ensaios
de protetores auditivos e emissão de laudos que são
documentos obrigatórios usados pelos fabricantes e importadores
de protetores auditivos para obtenção do Certificado
de Aprovação (CA), necessário para a venda
deste produto no mercado.
A história
do LARI pode ser resumida nos seguintes passos:
1
- Desde 1987 foi iniciada uma linha de pesquisa na área de
protetores auditivos (PA) na UFSC - EMC. Em 1989 foi executado um
projeto entre MTb e FEESC (UFSC) para pesquisar as normas existentes
em nível internacional e fornecer recomendações
de controle de ruído industrial para os técnicos do
MTb. Ficou claro que as instalações e equipamentos
para ensaios de atenuação de ruído dos protetores
auditivos são muito caros e complexos e não existiam
sistemas prontos no mercado internacional que satisfizesse as normas
internacionais e nacionais para se adquirir.
2
- De 1988 a 1992 foram realizadas várias reuniões
na UFSC - Florianópolis - do GRUPO DE TRABALHO (GT-6) da
SENA Acústica da ABNT sob coordenação do autor
deste livro para elaboração de normas de ensaio dos
PA, com participação da Fundacentro, INMETRO, ANIMASEG,
ITP, USP e alguns usuários de protetores. O texto elaborado
foi para o INMETRO para finalizar e aprovar na ABNT. Em 1988 este
grupo integrou-se ao Grupo CB-32 da ABNT sob mesma coordenação
do autor deste livro.
3
- Em 1995 foi concluída a primeira dissertação
de mestrado e hoje já existêm 11 dissertações
de mestrado e 02 teses de doutorado concluídas nesta área.
4
- Desde 1992 foram realizadas visitas do autor deste livro em quatro
laboratórios de protetores auditivos nos EUA (VT - Prof.
John Casali), Universidade de Pen-State (Prof. Kevin), Laboratório
de EAR (Mr. Elliott Berger) e Laboratório de NIOSH (Dr. John
Franks) além do Lab. em Sidney-Austrália e outro na
Tech. University of Denmark. A grande experiência adquirida
destas visitas deu início à criação
do LARI na UFSC, Florianópolis - SC - Brasil.
5
- Em 1994 o Prof. John Casali, da Virginia Tech.-EUA, diretor do
Laboratório "Auditory System Laboratory", participou
do Encontro da Sociedade Brasileira de Acústica (SOBRAC)
em Florianópolis e I Congresso Brasil / Argentina, na qual
foram discutidos os problemas técnicos relacionados aos ensaios
de protetores auditivos. O Prof. Casali, em sua volta, fez apresentação
no aeroporto de GUARULHOS para os fabricantes membros da ANIMASEG
e a partir dessa época sempre visita a UFSC uma ou duas vezes
por ano, dando orientação e apoio ao LARI - UFSC.
6
- Em 1994, nossa equipe começou a desenvolver um sistema
(protótipo I) para ensaio de atenuação de ruído
dos PA, composto de equipamentos importados existentes na EMC-UFSC.
Os equipamentos foram conectados a um PC com placa de controle.
Foi desenvolvido o protótipo II de um outro sistema integrado,
sem ocupar os equipamentos existentes no laboratório, usando
um audiômetro digital e um PC para controle de ensaio. Em
1998 foi iniciado o desenvolvimento de um terceiro sistema (Protótipo
III) completamente digital e automático composto de um PC
com placa especial para realização de processamento
e análise dos sinais.
7
- De 1988 a 1995 foram elaborados vários projetos para montar
um laboratório de ensaio dos PA na UFSC com MTb, FUNDACENTRO,
Banco do Brasil, etc. sem sucesso.
8
- Em 1998 foi concluída a obra civil do novo Laboratório
de Ruído Industrial (LARI) com 200 m2 e com recursos próprios
de ensaio e dívidas que até hoje estamos liquidando.
9
- O LARI foi credenciado por MTE e em funcionamento
desde 1998 e com processo de credenciamento no INMETRO em andamento
desde 1999.
10
- Durante o período de 2000 ate 2006 não foi possível credenciar o Laboratório de Ruído Industrial (LARI) da UFSC, no INMETRO por dificuldades em atender as exigências das normas ISO e INMETRO. A UFSC é uma Universidade Federal aberta com acesso a todos e não possui funcionários para implantação do sistema de qualidade total, alem deste problema, também não foi possível fazer a cobrança dos ensaios através das fundações da UFSC, especialmente a FEESC que passou um período sob intervenção do Ministério Publico. Assim, em 2006 foi elaborado um convenio com a empresa privada NR Consultoria e Treinamento para coordenar os trabalho de ensaio no LARI e fazer a cobrança. Os orgoes do governo, tais como M T E, INMETRO e Fundacentro recomendam que, para facilitar o credenciamento no INMETRO os laboratórios de ensaios de preferência, devem passar para a iniciativa privada. A partir de 2007, NR Consultoria e Treinamento montou o Laboratório de Equipamento de Proteção Individual (LAEPI) e passou a fazer os ensaios com credenciamento do M T E. Portanto os ensaios de pesquisa e desenvolvimento continuam no LARI da UFSC e os ensaios rotineiros para os fabricantes passam para NR – LAEPI.
Ao longo desta luta técnica,
financeira e administrativa, desde 1987, ganhamos enorme experiência
e começamos a contribuir em nível internacional com
resultados de pesquisas e desenvolvimento de soluções,
através de publicações em revistas técnicas
especializadas, congressos nacionais e internacionais e palestras
técnicas no Brasil, América do Sul, EUA e Europa.
Hoje
o LARI representa um laboratório modelo com um grupo de excelência
no Brasil na área de pesquisa, desenvolvimento e ensaios
de protetores auditivos.
Agradeço
aos quatro fabricantes que adiantaram o custo dos ensaio dos protetores
auditivos para o financiamento de construção do LARI;
especificamente; Duráveis, 3M, MSA e Multiplast.
Meus agradecimentos a todos que
participaram desta luta, incluindo a equipe do Comitê Brasileiro
de Equipamento de Proteção Auditiva da ABNT, CB -
32, especialmente ao Moshe Bain, Maria Cláudia de C. Costa
Dominguite, Oswaldo de A. Pastor, Peter J. Barry, Daniel Guilherme
da Silva, Walter E. Hoffmann, Marco A. Nabuco de Araujo, Luciana
Sato, Raul Casanova, Sidnei W. Torres Rios e equipe do Ministério
do Trabalho e Emprego, SSST, Mara Lúcia Malta Ferreira, José
Eduardo sobrenome, Almir A Chaves e Maurício Passos de Melo.
Especial agradecimento ao Prof. John Casali da Virginia Tech e Elliott
H. Berger dos EUA.
Aos
alunos do mestrado, doutorado e bolsistas pelas grandes contribuições
neste livro, especialmente Roberto Dias, Germano Riffel, Erasmo
Felipe V. Miranda, Janete A. Didoné, Fabiano R. Lima, Paulo
Ricardo de Mendonça Brandolt, Felipe Contijo, Lílian
Seligman Graciodlli, Marcos Aurélio Pedroso, Jovani Antonio
Steffani, Gisele Vieira, Juliana de Conto, Thiago Rodrigo Lóss
Zmijevski, Bruno Rafael Buzato, Stephanie Louise Mondl, Augusto
Cesar Castoldi, Evandro Cerqueira, Gustavo H. Zucco e o técnico
Adilton Teixeira
Ao CNPq, CAPES
e FINEP pelo apoio aos projetos de pesquisas e bolsas.
Convite para Participar:
Grupo de Trabalho do ABNT CB-32: protetores Auditivos
Consultar a
home page da ANIMASEG para maiores informações (www.animageg.com.br)
Coodenador do
grupo:
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Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Engenharia Mecânica
Laboratório de Ruído Industrial (LARI)
Cx.P. 476 - Florianópolis - SC – Brasil
Tel: (48) 99807484
Fax: (48) 3232-0826
Prof. Samir N. Y. Gerges, Ph.D. – supervisor LARI
e-mail <samir@emc.ufsc.br>
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Links
importantes:
www.tem.gov.br
www.animageg.com.br
www.ruido.ufsc.br
www.gva.ufsc.br
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